O envelhecimento populacional é uma realidade em países
desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento. O avanço das pesquisas
relacionadas à saúde do ser humano diminuiu o índice de mortalidade e aumentou
a expectativa de vida em todo o planeta.
No Brasil não é diferente. Segundo o censo do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010 a população idosa do
país ultrapassou a marca de 20 milhões de pessoas, o que equivale a 11% do
total de brasileiros.
O aumento da população de terceira idade traz consigo o
aumento da incidência dos problemas de saúde ligados a essa faixa etária. Todos
os profissionais de saúde – inclusive os de saúde mental – tem que estar
preparados para melhor atender esse perfil de paciente, pois é um grupo que
deve aumentar bastante nos próximos anos.
Muitos desses 20 milhões de brasileiros com mais de 60 anos
já tem ou ainda vão ter depressão. É o transtorno mental mais comum nessa faixa
etária. E é preciso estar atento aos sintomas para não deixar que isso comprometa
a qualidade de vida na velhice.
Quando se pensa em depressão, o primeiro sintoma que
invariavelmente vem à mente é a tristeza. No entanto, os idosos com esse
transtorno nem sempre apresentam a tristeza como a característica predominante.
É importante procurar outras características: irritabilidade ou raiva, dores
sem causas aparentes, déficit de memória sem outras indicações de dificuldades
cognitivas, diminuição do prazer nas atividades habituais, preocupações
crescentes e falta de cuidados pessoais. O idoso com o transtorno também se
sente incapaz de fazer as coisas que antes eram de seu interesse e diminui
consideravelmente seu nível de atividades.
O médico não deve ignorar sintomas que não aparecem em
número ou duração para preencher todos os critérios para o diagnóstico de um
transtorno depressivo maior, como atualmente especificado nos sistemas de classificação.
Esta condição "subsindrômica" deve ser levada em consideração por
profissionais de saúde mental na hora de avaliar esse grupo etário.
A depressão na terceira idade é um importante problema de
saúde pública, pois tem consequências devastadoras. Está associada ao aumento
do risco de morbidade na velhice, suicídios e diminuição no funcionamento
físico, cognitivo e social, além de diminuição no cuidado pessoal.
Todos esses fatores associam o aumento da mortalidade do idoso
com a depressão. É um paciente que pode e deve ser acompanhado por
profissionais da saúde mental que proporcionem uma melhor qualidade de vida.
O tratamento de pacientes com depressão deve ser orientado para
vários objetivos, entre eles o de garantir a segurança do indivíduo e excluir
outras causas orgânicas tratáveis. Mas principalmente, de se iniciar um plano
terapêutico que vise não só tratar os sintomas imediatos, mas também contribuir
para a qualidade de vida do paciente no futuro. Como acontecimentos
estressantes também se associam a maiores taxas de recaída, o tratamento
precisa tentar reduzir o número e a gravidade desses episódios.
Muitas vezes as doenças mentais nos idosos são
negligenciadas. A depressão é o
transtorno mental mais comum nessa faixa etária e se não tratada, pode causar
grande sofrimento ao paciente. Quando pessoas mais velhas tentam o suicídio, a
chance de um desfecho fatal é bem maior que em pacientes jovens.
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