segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A depressão na terceira idade



O envelhecimento populacional é uma realidade em países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento. O avanço das pesquisas relacionadas à saúde do ser humano diminuiu o índice de mortalidade e aumentou a expectativa de vida em todo o planeta.
No Brasil não é diferente. Segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010 a população idosa do país ultrapassou a marca de 20 milhões de pessoas, o que equivale a 11% do total de brasileiros.
O aumento da população de terceira idade traz consigo o aumento da incidência dos problemas de saúde ligados a essa faixa etária. Todos os profissionais de saúde – inclusive os de saúde mental – tem que estar preparados para melhor atender esse perfil de paciente, pois é um grupo que deve aumentar bastante nos próximos anos.
Muitos desses 20 milhões de brasileiros com mais de 60 anos já tem ou ainda vão ter depressão. É o transtorno mental mais comum nessa faixa etária. E é preciso estar atento aos sintomas para não deixar que isso comprometa a qualidade de vida na velhice.
Quando se pensa em depressão, o primeiro sintoma que invariavelmente vem à mente é a tristeza. No entanto, os idosos com esse transtorno nem sempre apresentam a tristeza como a característica predominante. É importante procurar outras características: irritabilidade ou raiva, dores sem causas aparentes, déficit de memória sem outras indicações de dificuldades cognitivas, diminuição do prazer nas atividades habituais, preocupações crescentes e falta de cuidados pessoais. O idoso com o transtorno também se sente incapaz de fazer as coisas que antes eram de seu interesse e diminui consideravelmente seu nível de atividades.
O médico não deve ignorar sintomas que não aparecem em número ou duração para preencher todos os critérios para o diagnóstico de um transtorno depressivo maior, como atualmente especificado nos sistemas de classificação. Esta condição "subsindrômica" deve ser levada em consideração por profissionais de saúde mental na hora de avaliar esse grupo etário.
A depressão na terceira idade é um importante problema de saúde pública, pois tem consequências devastadoras. Está associada ao aumento do risco de morbidade na velhice, suicídios e diminuição no funcionamento físico, cognitivo e social, além de diminuição no cuidado pessoal.
Todos esses fatores associam o aumento da mortalidade do idoso com a depressão. É um paciente que pode e deve ser acompanhado por profissionais da saúde mental que proporcionem uma melhor qualidade de vida.
O tratamento de pacientes com depressão deve ser orientado para vários objetivos, entre eles o de garantir a segurança do indivíduo e excluir outras causas orgânicas tratáveis. Mas principalmente, de se iniciar um plano terapêutico que vise não só tratar os sintomas imediatos, mas também contribuir para a qualidade de vida do paciente no futuro. Como acontecimentos estressantes também se associam a maiores taxas de recaída, o tratamento precisa tentar reduzir o número e a gravidade desses episódios.

Muitas vezes as doenças mentais nos idosos são negligenciadas.  A depressão é o transtorno mental mais comum nessa faixa etária e se não tratada, pode causar grande sofrimento ao paciente. Quando pessoas mais velhas tentam o suicídio, a chance de um desfecho fatal é bem maior que em pacientes jovens. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário