sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ansiedade: é hora de tratar?


Ansiedade vista como doença é basicamente a preocupação crônica e excessiva com coisas que ainda vão acontecer. Ou não. Essa sensação é persistente e de difícil controle, perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhada por inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. Se não todos eles, pelo menos três.
Mas ao contrário do que se pensa, a ansiedade é normal do ser humano. Faz parte do nosso sistema de defesa e foi fundamental ao longo dos milhares de anos da nossa evolução.
Ela deixa de ser um mecanismo natural da nossa existência e passa a ser um problema quando a atrapalha a vida. E atrapalha, de diversas maneiras, principalmente se não for bem tratada. Pessoas com transtorno da ansiedade generalizada não conseguem administrar suas preocupações, são incapazes de relaxar e têm dificuldade para dormir.
Em casos leves, mesmo incomodando, o transtorno não restringe a vida do paciente em contextos sociais. No entanto, sem tratamento a evolução é certa e, em casos graves, a doença pode ser debilitante ao ponto de dificultar as atividades diárias mais comuns.
Uma das mais antigas descrições da doença é de 1967, quando o psiquiatra australiano Aubrey Lewis relatou pacientes com “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.
O transtorno da ansiedade generalizada afeta pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. As mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.
Não há precisão em afirmar o que causa a ansiedade. Sabe-se que os agentes estressores são fundamentais na manifestação e evolução da doença. Esses agentes podem ser crises financeiras, profissionais ou pessoais ou situações de trauma, como um acidente, por exemplo.
O padrão ouro de tratamento é o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos (prescritos por especialista) e a terapia comportamental cognitiva. Em geral, o tratamento medicamentoso continua mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas. Depois, deve ser retirado aos poucos.

Tem cura? Vamos dizer que não. Mas hoje existe uma série de tratamentos bastante eficazes e com medicação que acarreta cada vez menos efeitos colaterais. Bem tratado e com monitoramento adequado, o paciente pode conviver com a doença normalmente. E nem se lembrar dela. 

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